domingo, 14 de abril de 2013

A positividade do negativismo

Eu pensava que a falta de empatia das pessoas provinha da sua condição política, econômica e social favorável. Já esperava que um discurso discriminatório viesse de um homem, branco, de classe econômica superior e heterossexual.

Aí eu descobri que mulheres brancas e heterossexuais também promoviam posições discriminatórias, independente da sua classe econômica. Com o tempo, descobri que não-brancxs, heterossexuais, eram igualmente pouco empáticos. 

Já não mais me surpreendi, mas ainda me pus a indignar, quando descobri que não-brancxs, não heterossexuais, também detinham pouquíssima empatia com os demais, mesmo quando de classes econômicas desfavorecidas. Daí, então, dei-me por conta que empatia é característica de poucxs, e é exatamente isso que a faz tão bela... Decidi parar de me indignar com o óbvio, ter pouca expectativa sobre as pessoas e apenas me surpreender com ações positivas. 

Evidentemente, diante de ações negativas, continuo a indignar-me, embora isso não mais me entristeça com tanta força como antes. Eu poderia abraçar o discurso setentista do "viva rápido e morra jovem", contudo, saberia que isso seria fugir da luta... E a luta, amigxs, é a única coisa que me faz viver ultimamente. Por isso abraço-a. Por isso,

há braços. 


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