O Grupo G8-Generalizando (Direitos Sexuais e de Gênero), do SAJU — UFRGS, engloba em suas ações todas as sexualidades e possibilidades que o masculino e o feminino apresentam. Assim, entendendo gênero em sentido amplo, o público-alvo do grupo é composto por mulheres que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica, especialmente aquelas que são vítimas de violência, e também a população LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis), que sofre com a lesbo-homo-bi-transfobia e outras formas de violência cotidiana.
O G8-G trabalha sob uma ótica interdisciplinar, em comunhão com profissionais e estudantes de várias áreas. Busca-se aqui a solução de conflitos pela via extrajudicial ou judicial, sempre com a perspectiva de reduzir possíveis danos, traumas ou desgastes que possam vir a se agravar ou se desenvolver ao longo do litígio. Dá-se, portanto, sempre que possível, preferência às soluções extrajudiciais. O grupo também realiza atividades junto à comunidade, como oficinas, a distribuição de material informativo e a promoção de debates. Além disso, o G8-G busca a articulação com outras entidades da região, assim como a organização e participação em eventos condizentes com as temáticas trabalhadas.
A necessidade de trabalhar com Direitos de Gênero fundamenta-se, principalmente, na questão histórica da igualdade e na compreensão da violência de gênero como problema social grave. Entende-se que essa violência não se restringe ao âmbito privado, mas se encontra, também, no âmbito público. Conforme Relatório de 1993 das Nações Unidas, define-se a violência contra a mulher como "qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em dano físico, sexual, psicológico ou sofrimento para a mulher, inclusive ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária da liberdade, quer ocorra em público ou na vida privada". Nesse sentido, destaca-se o trabalho com Direitos da Mulher.
Já o trabalho com Direitos Sexuais fundamenta-se, em linhas gerais, nas condições de vulnerabilidade sócio-histórica a que a população LGBT+ está exposta, em decorrência da lesbo-homo-bi-transfobia e das violências cotidianas sofridas — intrínsecas a uma sociedade heteronormativa e cisnormativa —, bem como pelo abandono legal a que está submetida. Assim, o trabalho com Direitos Sexuais surge da demanda da criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento de uma regulação jurídica que resista ao engessamento das abordagens tradicionais do tema.