Eu odeio.
Eu odeio quando você me olha na rua.
Eu odeio o modo que você me encara.
Eu odeio quando você me olha e não sabe o que pensar.
Eu odeio a cara confusa que você faz quando passa por mim.
Eu odeio quando você resolve sua confusão gritando.
Eu odeio mais ainda os seus sussurros.
Eu odeio quando você sorri enquanto faz isso tudo.
Eu odeio o escárnio em sua voz.
Eu odeio quando você quer me machucar com palavras.
Eu odeio o fato de você conseguir.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Orgasminhos!
Queridxs leitorxs!
É com o coração
cheio de orgulho, a cabeça cheia de ideias e o corpo inteiro tomado
de prazer que apresentamos uma nova seção do blog do G8-G: os
orgasminhos. Queremos compartilhar aqui pequenos pensamentos, frases,
imagens, citações, sentimentos. Pequenos retalhos de pensamentos
que, ainda que expressos em poucas palavras, mexam com a gente e, com
sorte, mexam com vocês também. Vale falar de tudo: amor, dor,
política, música, ódio, esperança. A regra é uma só: que seja
intenso. Forte. Pulsante. Que seja, enfim, um orgasminho.
sábado, 24 de novembro de 2012
Última chamada: Ocupe seu corpo na XVI Parada Livre, VI Marcha Lésbica e Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher
No domingo, dia 25/11 – mais precisamente: amanhã -, estaremos todxs no Parque Farroupilha (redenção) reunidxs para mais uma Parava Livre na cidade de Porto Alegre.
O tema da parada, qual seja,
“Não há vida sem liberdade e sem prazer”, vem com o intuito de rebater todos os
discursos que impõe barreiras e acabam por gerar violência contra a população
transviante*. É o dia em que iremos às ruas demonstrar que a diversidade sexual
existe, deve ser respeitada e ter seus direitos garantidos. Da união de várias
vozes, esperamos conquistar mais força nessa luta que é diária, a fim de que se
possa emitir um grito uníssono de igualdade e respeito.
Pensando em gozar todos
os direitos já consagrados e que ainda queremos consagrar, o G8-Genenalizando
também convida a todxs que quiserem ocupar seus corpos a reunirem-se e fazerem
mais uma intervenção do grupo dar certo e ser inesquecível!
A ideia é pintar seu corpo com aquilo que achar conveniente, importante ou simplesmente ousado. A intervenção tem caráter de apoio à Parada Livre, reafirmando a ideia de liberdade e prazer proposta pela organização (da que, por sinal, fazemos parte!). Com isso o grupo pretende abrir margens para reflexão acerca do corpo e sexualidade, bem como defender o discurso de que ele é SEU e não da mídia, igreja, Estado ou quaisquer entidades normatizadoras. Aos interessadxs em ocupar o seu corpo com todo o amor e criatividade que o G8-Generalizando pode oferecer, compareçam na XVI Parada Livre e procurem nosso estande.
A ideia é pintar seu corpo com aquilo que achar conveniente, importante ou simplesmente ousado. A intervenção tem caráter de apoio à Parada Livre, reafirmando a ideia de liberdade e prazer proposta pela organização (da que, por sinal, fazemos parte!). Com isso o grupo pretende abrir margens para reflexão acerca do corpo e sexualidade, bem como defender o discurso de que ele é SEU e não da mídia, igreja, Estado ou quaisquer entidades normatizadoras. Aos interessadxs em ocupar o seu corpo com todo o amor e criatividade que o G8-Generalizando pode oferecer, compareçam na XVI Parada Livre e procurem nosso estande.
Não menos importante,
lembramos que, junto com a parada, estará acontecendo a VI Marcha Lésbica de
Porto Alegre. Aliás, a importância da data não para por aqui: o dia 25/11 é
também o no Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher**. Nós do
G8-Generalizando, enquanto grupo que surgiu com ênfase nos direitos da mulher e
que hoje se ampliou de forma a abranger a diversidade sexual e de gênero, bem
como desprezar todo o tipo de heteronormatividade, sentimo-nos no dever de
convocar a todxs vocês não simplesmente a comparecer na Parada, mas também a
refletir sobre a importância da luta contra todo e qualquer tipo de violência.
A VI Marcha Lésbica abrirá
alas na XVI Parada Livre no Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher.
Ironia do destino ou não, essa feliz coincidência servirá para fortalecer outra
demanda de extrema importância na nossa luta: a invisibilidade lésbica. Lésbicas são mulheres, igualmente belas, e sofrem
uma violência que acaba sendo mais dolorosa quando não visibilizada. O descaso
acaba por ser mais um agressor, pois impede que direitos sejam buscados e
carências supridas.
Como podem ter notado, a
data terá um significado importantíssimo para o grupo. Ainda assim, esse significado
só será pleno com a participação efetiva de todxs. Por isso viemos convocá-los
a darem-nos as mãos – ou o corpo inteiro – nesse domingo e fazer com que todo o
preconceito, discriminação ou quaisquer geradores de violência sejam abafados
pelo nosso amor.
*Transviantes é um termo que
foi sugerido pelo advogado do grupo, Daniel Caye, em uma de nossas reflexões
sobre formas de abranger toda a diversidade sexual em uma palavra. Sabemos da
importância da sigla LGBTTTQI, pois afirma o espaço conquistado pelos grupos
sociais que militaram nessa questão, mas acreditamos que a formação de uma
unidade fortalece a luta, a começar pela própria expressão utilizada. Trans daria a ideia de transexualidade,
transgêro e travestis; via para
abranger “viados”, sejam bichas ou sapatas; e antes para lembrar o caráter transitório de tudo isso, numa tendência super queer.
**Dica de leitura sobre a
data: http://mulheresemmarcha.blogspot.com.br/2011/11/dia-internacional-de-luta-contra.html
(o texto é do ano passado, mas o conteúdo é extremamente válido)
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Algumas questões sobre corpo, virgindade e “mulheres-fruta”
"Então não
importa o que uma mulher faça ou alcance, seu valor ainda depende de sua
aparência. Não se aprecia o intelecto da mulher. É tudo relacionado ao corpo,
não à mente."
"Como qualquer adolescente, Catarina também queria ter sua primeira experiência sexual com um grande amor. Atualmente, com 20 anos de idade, deixou essa história de contos de fadas de lado e está leiloando sua virgindade na web.”
“Suelem Aline Mendes da Silva, a Mulher Pêra, candidata a vereadora pelo PT do B em São Paulo, esboçou sua mais nova tática para atrair o eleitorado paulistano para suas bases eleitoreiras. Após atingir a marca de 50 mil seguidores no Twitter, a concorrente a uma cadeira na Câmara da capital divulgou em seu site uma foto em que aparece numa posição ousada, com o número escrito no bumbum – e pedindo votos.”
O
primeiro trecho pertence ao documentário “Miss
Representation”, de 2011, que versa sobre o tratamento da imagem da mulher
na mídia estadunidense. O segundo é um
pedaço de uma notícia recente que gerou grande repercussão nas redes sociais e
fora delas. Já o terceiro corresponde a um fato acontecido nas últimas eleições
municipais. Embora diferentes, os três trechos tratam, no fim, de uma só coisa:
os limites da utilização dos corpos (dos outros).
Nós, seres contemporâneos, racionais, culturais, lógicos, habilidosos e inteligentes, dotados de telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, sentimos necessidade de controlar os corpos de outrem - principalmente se este outro for uma mulher. E não se precisa ir muito longe para comprovar isto: basta acessar um portal de notícias qualquer e olhar rapidamente os comentários. Ou conversar com algumas pessoas sobre a Marcha das Vadias. Ou sentar em um bar e ouvir os comentários sobre a moça de top e shortinho que acabou de passar. Pontos extras se a moça estiver fora dos padrões normativos – se não for alta e magra, por exemplo.
Nós, seres contemporâneos, racionais, culturais, lógicos, habilidosos e inteligentes, dotados de telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, sentimos necessidade de controlar os corpos de outrem - principalmente se este outro for uma mulher. E não se precisa ir muito longe para comprovar isto: basta acessar um portal de notícias qualquer e olhar rapidamente os comentários. Ou conversar com algumas pessoas sobre a Marcha das Vadias. Ou sentar em um bar e ouvir os comentários sobre a moça de top e shortinho que acabou de passar. Pontos extras se a moça estiver fora dos padrões normativos – se não for alta e magra, por exemplo.
Para
muitos, exibir ou vender partes proibidas
do corpo além dos “limites das quatro paredes” é um artifício baixo, imoral e
vulgar, que desvaloriza a mulher e envergonha todos os que estão a sua volta. Por
que, então, algumas pessoas decidem dispor livremente de seus corpos (na mídia
ou não), e por que outras pessoas não querem esses mesmos corpos públicos nem
autônomos?
É
preciso pensar em duas coisas: a utilização autônoma do próprio corpo, como
real posse de si mesmo, e a subjugação do corpo ao sistema em que está
inserido. Explico-me melhor através de um exemplo: Catarina, ao leiloar sua
virgindade na internet, o fez por vontade própria, porque é e se sente dona
efetiva de seu corpo e sua vontade, ou o fez porque existe um mercado que
anseia pelo seu corpo e por sua virgindade?
A mulher virgem é pura, superior, santa. A virgem encarna o eterno mistério feminino. Já nos disse Simone de Beauvoir, no clássico Segundo Sexo, que a virgem, “...ora temida pelo homem, ora desejada e até exigida, ela se apresenta como a forma mais acabada do mistério feminino.” Muitos viram que Catarina colocou sua virgindade em leilão, mas quantos atentaram para o fato de que há, também, um homem na mesma situação? Quantos sites se dignaram a revelar essa informação? O russo Alexander Stepanov, de 21 anos, está leiloando sua virgindade, mas os lances que recebeu, quando comparados com os da brasileira, são baixíssimos: de acordo com o site Virgins Wanted, o portal do leilão, a virgindade dela já recebeu lances de $255.000, enquanto a dele parou em $2.000.
A mulher virgem é pura, superior, santa. A virgem encarna o eterno mistério feminino. Já nos disse Simone de Beauvoir, no clássico Segundo Sexo, que a virgem, “...ora temida pelo homem, ora desejada e até exigida, ela se apresenta como a forma mais acabada do mistério feminino.” Muitos viram que Catarina colocou sua virgindade em leilão, mas quantos atentaram para o fato de que há, também, um homem na mesma situação? Quantos sites se dignaram a revelar essa informação? O russo Alexander Stepanov, de 21 anos, está leiloando sua virgindade, mas os lances que recebeu, quando comparados com os da brasileira, são baixíssimos: de acordo com o site Virgins Wanted, o portal do leilão, a virgindade dela já recebeu lances de $255.000, enquanto a dele parou em $2.000.
Não
há nada de natural nessa diferença na
atribuição de valores: a virgindade feminina não é mais valiosa que a
virgindade masculina. Os que objetam isso com “uma chave que abre vários
cadeados é útil, mas um cadeado que abre com várias chaves é inútil”, esquecem
que a) estamos falando sobre seres
humanos com vontades, não sobre objetos inanimados, b) sexo não é necessariamente reprodução (muito menos só
penetrativo e heterossexual) e c) essa
ideia consegue ser desrespeitosa para qualquer lado que aponte, porque é um dos
principais expoentes da série dos argumentos “dois pesos e duas medidas”. Os
mesmos que acreditam na “pureza e castidade femininas” e no “legítimo uso
masculino da liberdade”, que separam as mulheres em “para transar” e “para
casar”, condenam, ao mesmo tempo, o “não” e o “sim” para o sexo de acordo com
sua vontade – isso, claro, se pararem
para escutar o “não” e o “sim”.
Ou
seja: a autonomia e a sujeição estão, nessa situação, intimamente ligadas.
Publiciza-se o privado porque se quer, ou porque a adequação à realidade pede.
Talvez ambos. Mas o que merece destaque é o paradoxo da relação entre privado e
público: os mesmos que querem ver querem esconder; querem o corpo ao seu
alcance, mas, ao mesmo tempo, longe de si. Daí que o que transforma um corpo em
vulgar não é o uso que se faz dele, porque o corpo em si não é vulgar. Vulgar é
o valor que atribuímos ao corpo que não nos apetece, ou que não queiramos que
nos apeteça. É a nossa visão simplista - e frequentemente elitista - que
transforma uma dita “mulher-fruta” em imoral, e uma modelo internacional em
ícone de beleza e classe, quando utilizam a mesma roupa ou não utilizam roupa
alguma.
Nem
todo uso do corpo quer ser objetificação, mesmo que termine sendo. Resta saber
se é mesmo importante julgar se uma determinada exposição (ou a venda, ou a
visão, ou o reconhecimento de existência) do corpo é devida ou indevida,
através da análise dos motivos. Afinal, a que isso leva, além do fortalecimento
de pré-conceitos e a oposições sem sentido entre beleza e inteligência, por
exemplo? Talvez devêssemos pensar mais na pressão que esse sistema que anseia por corpos exerce sobre as
pessoas, do que nos corpos que se
oferecem consensualmente. Afinal, como já nos disse Valesca,
"Tem gente que diz que mostrar o corpo no palco, como eu faço, é
também uma forma de submissão. Mas não estou nem aí. O corpo é meu e faço o que
quiser com ele e com a minha sensualidade. O problema é meu. Ninguém tem nada a
ver com isso."
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Carta de repúdio contra matéria publicada no jornal Folha de São Paulo dia 24 de setembro de 2012
No dia 24
de setembro de 2012, a Folha de São Paulo publicou uma infeliz
reportagem sobre o que considerava serem indicadores de tendências
conservadoras e tendências liberais em relação a temas polêmicos da
atualidade, entre eles a homossexualidade (foto abaixo). Segue transcrita
a carta de repúdio enviada pelo G8-G à Folha, posicionando-se contrariamente apontando o
erro terminológico na escolha da palavra "homossexualismo",
bem como contra a rasa e discriminatória bipolarização da
sociedade que a reportagem se propunha a fazer.
Caríssimos e Caríssimas editores e editoras da Folha de São Paulo,
Nós,
do G8-Generalizando, Grupo dos Direitos da Mulher e de Gênero do Serviço de
Assessoria Jurídica Universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(SAJU/UFRGS)¹, através da presente carta, objetivamos demonstrar nosso pesar
sobre o que julgamos uma inapropriada escolha do termo
"homossexualismo", bem como do contexto em que está inserido, em
reportagem publicada no dia 24 de setembro de 2012. Importante ressaltar
que a presente carta não se trata de uma tentativa de impor algum tipo de
“verdade”, mas sim ampliar o debate trazido na reportagem para um outro
enfoque, na busca de um pensamento crítico e renovador acerca das questões de
gênero.
Talvez,
o primeiro enfoque que deve ser dado, antes de adentrarmos na questão da
reportagem propriamente dita, é uma reflexão acerca de como termos e expressões
carregam uma força maior do que muitas vezes a imaginada pelo interlocutor.
Desse modo, gostaríamos de ressaltar que todas as tentativas de diminuição do
discurso crítico com expressões como “ditadura do politicamente correto” não
atacam a questão central do problema, mas tentam diminuir aquele que ataca.
Desse modo, vemos que há uma redução do discurso a apontamentos que nada tem a
ver com o tema. Acreditamos que a utilização de determinadas expressões, cujas
origens são as mais diversas, são apenas uma ferramenta de reprodução de
discursos opressores a minorias. Por isso, rechaçamos de pronto qualquer tipo
de contra-argumento que não ataque nossas fundamentações, mas a bandeira que,
com dificuldade e coragem, carregamos.
A
reportagem em questão visava a diferenciar em dois grupos diferentes a
população. Tal divisão consistia em setorar a sociedade em apenas dois grupos:
os conservadores e os liberais. Primeiramente, acreditamos que dividir uma
sociedade pluralista e democrática em apenas dois grandes grupos é de tamanho
reducionismo que há o risco de afrontas a disseminação de novas ideias, por não
se encaixarem em determinado grupo, criando-se uma parcela que estaria à margem
do debate social.
A
reportagem faz referência ao tratamento que estes dois setores dão à questão da
orientação sexual. Havia duas afirmações (ou, ao menos, a reportagem faz alusão
a apenas duas) com a qual o entrevistado ou entrevistada deveria concordar. O
primeiro problema já pode ser visto na própria definição da temática. O uso do
termo “homossexualismo”, além de desatualizado, é carregado de um caráter
ofensivo, carregado de preconceitos que perfizeram (e perfazem) a questão
da sexualidade. Até 1974, a expressão constava no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais como uma patologia. O verbete foi retirado
do manual, pois, desde os anos 1950, sabia-se que a homossexualidade não
implicava diferenciações psicológicas. Há de se destacar que essa visão não
foi, ainda, completamente superada, inclusive sendo pauta de projeto de lei em
nosso Congresso Nacional.
É
importante ressaltar que rotular determinado indivíduo por doente mental tem
implicações muito sérias para seu desenvolvimento social. “Chamamos pessoas
de doentes fisicamente quando o funcionamento de seu corpo viola certas normas
anatômicas e fisiológicas; de forma análoga, chamamos de mentalmente insanas as
pessoas cuja conduta pessoal viola certas normas éticas, políticas e sociais”
(SZASZ, Thomas, 1980, p.29). Ou seja, tratar alguém por doente mental é
excluí-lo da sociedade, entender que este viola um conjunto de normas informais
que regem o viver. Tal visão é consubstanciada na própria ideia de manicômio,
que segrega aqueles que são, supostamente, doentes mentais. Ao nosso ver, a
utilização do termo que designa uma doença apenas auxilia a ideia de que a
homossexualidade é, ao fim e ao cabo, uma patologia a ser curada e que os
homossexuais são um grupo que violam algum tipo de norma de convivência.
Ademais,
ressaltamos que as duas opções mostradas na reportagem são, em realidade,
igualmente discriminatórias. A afirmação dos (ditos) liberais, ao conter a
palavra aceitar, denota, na realidade, uma falta de liberdade, visto que
expressa não uma relação de igualdade, mas de superioridade. O ato de tolerar a
existência do outro é tão ruim quanto desencorajá-la, vide a opção oposta
sugerida pela pesquisa. Segundo José Saramago, “a intolerância é péssima, mas a
tolerância não é tão boa quanto parece”. Enquanto a opção conservadora da
enquete, que propõe que a sociedade deve “desencorajar” o “homossexualismo”,
incita uma ação repressiva e preconceituosa frente às minorias.
Não
é função da sociedade nem do Estado opinar sobre a orientação sexual dos
indivíduos integrantes da população, quanto menos “aceitar” ou “desencorajar”,
conforme sugerido pelo periódico em enquete. Em uma sociedade democrática
apenas se convive com os demais integrantes, não ficando a cargo de ninguém
aceitar, (des)autorizar determinado grupo ou comportamento.
Por
fim, gostaríamos de destacar que a divisão binária de diversos problemas
sociais deve ser sempre evitada. Ao dizer, por exemplo que a pobreza ou a) está
ligada à falta de oportunidades iguais ou b) ligada à preguiça das pessoas, a
reportagem desmerece qualquer análise sociológica séria a respeito do tema.
Agradecemos pela
atenção,
Cordialmente,
G8-Generalizando
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
GUEST POST: Nesse National Coming Out Day, não deixe a empatia no armário
Ontem
foi o National Coming Out Day - o dia nacional de "sair do armário". A
iniciativa é feita para trazer ao Brasil o movimento sobre o tema, que é
feito desde 11 de outubro de 1988, nos EUA, e é celebrado também em
países como Austrália, Canadá e Alemanha. A proposta levantada aqui não é
determinar um dia para se sair do armário, mas sim levantar o debate
sobre a importância (ou não) de mostrar-se publicamente como "diferente".
“Todxs têm que se assumir.”
“O mau do movimento LGBTQ são xs gays/trans que não se assumem.”
“O mau do movimento LGBTQ são xs gays/trans que não se assumem.”
“Tem que ter coragem pra viver e ser feliz.”
Hoje é o National Coming Out Day - dia nacional de sair do
armário - e o tenho ouvido muito isso. Não só hoje, são falas comuns, e me
entristecem. Entendo a iniciativa de quem deseja felicidade dxs LGBTQ, mas
gostaria de pedir um pouco mais de empatia e de compreensão. Vamos, por favor,
lembrar que se assumir com segurança é um privilégio que nem todxs têm - e que
exigir isso, em nome de um movimento social ou, pior, fazê-lo em tom
paternalista, como quem sabe o que é melhor para x outrx, é injusto pra dizer o
mínimo.
Com a palavra privilégio não pretendo desmerecer de maneira
nenhuma o sofrimento e a coragem que eu imagino que o ato de se assumir exige
de qualquer umx, em qualquer classe, cultura ou ambiente familiar. Viver a
identidade sempre exige sacrifício, e o sacrifício feito por nós é sempre o
maior - e tudo bem. Sei que é difícil olhar para a própria vida e se enxergar
umx privilegiadx, nossa vida sempre é a norma. Mas, nesse dia, peço menos dedos
apontados àquelxs que não têm condições de assumir quem são. Seja por medo ou
real possibilidade de serem expulsxs de casa, de serem agredidxs na rua, de perderem
o amor da família, de serem rejeitadxs na comunidade em que vivem - por medo ou
real possibilidade de algum desses exemplos, de todos ou de nenhum.
Não devia ser novidade que tem quem pague o preço da própria identidade
com a vida. Ou com o emprego, com a carreira, com o isolamento dos amigos e dos
familiares, com a integridade física e psicológica. É ingênuo, sinto dizer, afirmar
que só a felicidade aguarda para além da porta do armário. Pensamento otimista,
no máximo. Aos que conseguiram e se encontraram do outro lado, toda a
felicidade do mundo - mas não são delxs que falo aqui.
Cabe a nós, assumidxs e aliadxs privilegiadxs, que podemos viver nossas
identidades e ideologias com um mínimo de segurança, lutar pra construir um
mundo em que TODXS possam ser quem são, sem medo. Nesse National Coming Out
Day, que se celebre xs amigxs que estão fora do armário e que se apóie, sem
julgamentos, xs que ainda estão. Que fiquem segurxs até que o lado de fora
possa recebê-lxs. Hoje e sempre, que se apontem menos dedos e se estendam mais
as mãos.
Natália Otto, estudante de jornalismo.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Retrospectiva 2012/1
O primeiro
semestre de 2012 foi, sem dúvida, um período de muito crescimento para
o G8-Generalizando. Por meio de uma série de intervenções e
atividades articuladas com a comunidade e com os movimento sociais, marcamos
ainda mais fortemente nossa posição de combate às opressões de gênero e às
discriminações de qualquer espécie. Dá uma olhada no que rolou no semestre
passado e fica ligadx no que vem por aí!
terça-feira, 22 de maio de 2012
Faltam 5 dias para a Marcha das Vadias de POA!
Domingo (27/05) é dia de Marcha das Vadias em Porto Alegre, seguindo a onda nacional da marcha que, em outras capitais, ocorrerá no mesmo fim de semana.
O G8-G convida a tod@s para essa mobilização que tem por objetivo difundir as bandeiras do feminismo com as quais muitas pessoas ainda não tem um contato oportunizado.
A Marcha ocorrerá na Redenção, às 16h. Participe!!
O G8-G convida a tod@s para essa mobilização que tem por objetivo difundir as bandeiras do feminismo com as quais muitas pessoas ainda não tem um contato oportunizado.
A Marcha ocorrerá na Redenção, às 16h. Participe!!
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Seleção de estudantes de psicologia e advogados/as
O G8-Generalizando está prestes a contar com 03 novos/as integrantes!
Participe da seleção enviando currículo e carta de motivação para o e-mail g8generalizando@gmail.com até quarta-feira (16/05).
As entrevistas com o grupo serão realizadas na sexta-feira (18/05) a partir das 15h.
Participe da seleção enviando currículo e carta de motivação para o e-mail g8generalizando@gmail.com até quarta-feira (16/05).
As entrevistas com o grupo serão realizadas na sexta-feira (18/05) a partir das 15h.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Seleção de Profissionais e Estudantes SAJU/UFRGS!
No G8-G, há 2 vagas para estudantes de Direito, 1 vaga para estudante de Psicologia, 2 para estudantes de outras áreas (exceto Direito) e 2 vagas para advogad@s.
Participe!!!
segunda-feira, 19 de março de 2012
IV Semana de Direitos Humanos do SAJU - painéis e oficinas: PARTICIPE!
O Serviço de Assessoria Jurídica Universitária da UFRGS convida a tod@s para fazer parte da IV Semana de Direitos Humanos, Cidadania e Acesso à Justiça (SDH), no período de 26 a 30 de março. Em sua 4ª edição, a SDH tem o objetivo de trazer à comunidade acadêmica uma visão crítica do Direito, mesclando o saber popular com o acadêmico.
A entrada para o evento é franca. Aos(às) interessad@s , será cobrado o valor de R$ 5,00 pela emissão de certificado com carga horária equivalente a 20h/aula. Para receber o certificado @ participante deverá comparecer a, no mínimo, 4 dias do evento. Para se cadastrar, @ participante deverá enviar um e-mail para sdhsaju@gmail.com informando nome completo, instituição de origem e se deseja ou não o certificado.
Confira a programação no cartaz abaixo!
Fazemos um convite especial para que tod@s compareçam à oficina de sexta-feira (30/03), às 15h, na sala 03 da Faculdade de Direito da UFRGS.
Esta atividade, organizada e coordenada pelo G8-Generalizando, vem propor uma reflexão acerca das mais diversas manifestações e "homenagens" à mulher veiculadas na mídia e compartilhadas nas redes sociais no recente 08 de março.
Contamos com a presença de tod@s @s noss@s parceir@s para que a oficina "A repercussão do 08 de março na mídia e nas redes sociais" seja um espaço para discutir e, é claro, curtir ou não curtir o que rolou pelos meios de comunicação no Dia da Mulher.
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